A Coréia do Norte dos Kim“Socialismo em uma só família” Estamos incluindo como apêndice de interesse histórico este pequeno artigo publicado pela juventude da Liga Espartaquista dos Estados Unidos, comentando sobre a primeira transição na burocracia norte-coreana, entre Kim Il-Sung e seu filho Kim Jong-Il. O artigo foi originalmente impresso em novembro de 1976, no nº48 de Young Spartacus. Para ler o artigo do Reagrupamento Revolucionário, clique aqui. “Vermelho é o Leste, o sol se ergue”. Assim é a abertura do hino maoísta. Mas uma nova aclamação pode ser adotada pelo regime stalinista da Coréia do Norte. De acordo com o New York Times (3 de outubro), o ditador stalinista norte-coreano Kim Il-Sung decretou que o novo “sol do povo coreano” será seu próprio filho. Em uma jogada da qual se afirma ter provocado “controvérsia política” entre seus subalternos burocráticos, Kim Il-Sung designou seu filho, Kim Jong-il, para sucedê-lo como o próximo “amado pai do povo coreano”. Determinado em impor esse triunfo da juche (autossuficiência), Kim e Cia. perpetraram recentemente ao menos três expurgos sucessivos na burocracia. Entretanto, nepotismo e traições burocráticas há muito são numerosos entre a panelinha que monopoliza o poder político no Estado operário deformado da Coréia do Norte. Antes de Kim Jong-il ter sido promovido a herdeiro esse ano, Kim Il-Sung havia nomeado Kim Young-Ju como seu sucessor. Seu currículo? Kim Young-Ju é o irmão de Kim Il-Sung. Além disso, o Comitê Central do autoproclamado Partido dos Trabalhadores Coreanos consiste em boa parte da família Kim – sua esposa, seu filho, seu irmão e seu sobrinho! O espetáculo de Kim Il-Sung preparando a sucessão dinástica certamente deve envergonhar aqueles que erroneamente consideram a Coréia do Norte um bastião de igualitarismo e democracia operária. Nem mesmo o Vaticano endossa tais privilégios monárquicos; afinal de contas, o Papa precisa ser eleito pelo Colégio de Cardeais. Para deixar claro, a derrubada do capitalismo na Coréia do Norte há três décadas possibilitou ganhos genuínos para as massas trabalhadores, os quais o proletariado internacional deve defender incondicionalmente. Durante a Guerra da Coréia de 1950-53, os trotskistas estenderam suporte militar sem reservas às forças norte-coreanas em batalha contra a intervenção imperialista e o regime de latifundiários capitalistas de Seul. Mas a defesa dos ganhos revolucionários da economia coletivizada da Coréia do Norte e seu pleno desenvolvimento rumo à construção do socialismo necessitam que Kim e sua camarilha sejam derrubados por uma revolução política que transfira o poder político para os trabalhadores e camponeses da Coréia do Norte. |